Aula 10 – Currículo De Classe



As adaptações curriculares de classe são realizadas pelo professor e destinam-se, principalmente, à programação das atividades da sala de aula, procedimentos didático-pedagógicos e destacam o como fazer, a organização temporal dos componentes e dos conteúdos curriculares e a coordenação das atividades docentes, de modo que favoreça a efetiva participação e integração do aluno, bem como a sua aprendizagem. Vejamos exemplos ilustrativos:



a relação professor/aluno considera as dificuldades de comunicação do aluno, inclusive a necessidade que alguns têm de utilizar sistemas alternativos (língua de sinais, sistema braille, sistema bliss ou similares etc.);



a relação entre colegas é marcada por atitudes positivas;



os alunos são agrupados de modo que favoreça as relações sociais e o processo de ensino e aprendizagem;






o trabalho do professor da sala de aula e dos professores de apoio ou outros profissionais envolvidos é realizado de forma cooperativa, interativa e bem definida do ponto de vista de papéis, competência e coordenação;



a organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de aula considera a funcionalidade, a boa utilização e a otimização desses recursos;



a seleção, a adaptação e a utilização dos recursos materiais, equipamentos e mobiliários realizam-se de modo que favoreça a aprendizagem de todos os alunos;



a organização do tempo é feita considerando os serviços de apoio ao aluno e o respeito ao ritmo próprio de aprendizagem e desempenho de cada um;



a avaliação é flexível de modo que considere a diversificação de critérios, de instrumentos, procedimentos e leve em conta diferentes situações de ensino e aprendizagem e condições individuais dos alunos;



as metodologias, as atividades e procedimentos de ensino são organizados e realizados levando-se em conta o nível de compreensão e a motivação dos alunos; os sistemas de comunicação que utilizam, favorecendo a experiência, a participação e o estímulo à expressão;



o planejamento é organizado de modo que contenha atividades amplas com diferentes níveis de dificuldades e de realização;



as atividades são realizadas de várias formas, com diferentes tipos de execução, envolvendo situações individuais e grupais, cooperativamente, favorecendo comportamentos de ajuda mútua;



os objetivos são acrescentados, eliminados ou adaptados de modo que atenda às peculiaridades individuais e grupais na sala de aula.



Essas adaptações no nível da sala de aula precisam necessariamente tornar possível a real participação do aluno e a sua aprendizagem eficiente no ambiente da escola regular, visando a organização do tempo de modo a incluir as atividades destinadas ao atendimento especializado fora do horário normal de aula, muitas vezes necessários e indispensáveis ao aluno.







Individualizando o Currículo



Focando a atuação do professor na avaliação e no atendimento do aluno, seu papel principal na definição do nível de competência curricular do educando, bem como na identificação dos fatores que interferem no seu processo de ensino-aprendizagem. Para o MEC, as adaptações têm o currículo regular como referência básica, adotam formas progressivas de adequá-lo, norteando a organização do trabalho consoante com as necessidades do aluno (adaptação processual).



Alguns aspectos devem ser previamente considerados para se identificar a necessidade das adaptações curriculares, em qualquer nível:



a real necessidade dessas adaptações;



a avaliação do nível de competência curricular do aluno, tendo como referência o currículo regular;



o respeito ao seu caráter processual, de modo que permita alterações constantes e graduais nas tomadas de decisão.



Não esquecemos que as adaptações curriculares, seja para atender alunos nas classes comuns ou em classes especiais, não se aplicam exclusivamente à escola regular, devendo ser utilizadas para os que estudam em escolas especializadas, quando a inclusão não for possível. Além da classificação, por níveis, as medidas adaptativas podem se distinguir em duas categorias: adaptações de acesso ao currículo e nos elementos curriculares.



Por fim, vamos falar das adaptações de acesso ao currículo que correspondem ao conjunto de modificações nos elementos físicos e materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais do professor quanto ao seu preparo para trabalhar com os alunos. São definidas como alterações ou recursos espaciais, materiais ou de comunicação que venham a facilitar os alunos com necessidades educacionais especiais a desenvolver o currículo escolar. As seguintes medidas constituem adaptações de acesso ao currículo:



criar condições físicas, ambientais e materiais para o aluno na sua unidade escolar de atendimento;



propiciar os melhores níveis de comunicação e interação com as pessoas com as quais convive na comunidade escolar;



favorecer a participação nas atividades escolares;



propiciar o mobiliário específico necessário;



fornecer ou atuar para a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos necessários;



adaptar materiais de uso comum em sala de aula;



adotar sistemas de comunicação alternativos para os alunos impedidos de comunicação oral (no processo de ensino-aprendizagem e na avaliação).



Sugestões do MEC que favorecem o acesso ao currículo:



agrupar os alunos de uma maneira que facilite a realização de atividades em grupo e incentive a comunicação e as relações interpessoais;



propiciar ambientes com adequada luminosidade, sonoridade e movimentação;



encorajar, estimular e reforçar a comunicação, a participação, o sucesso, a iniciativa e o desempenho do aluno;



adaptar materiais escritos de uso comum: destacar alguns aspectos que necessitam ser apreendidos com cores, desenhos, traços; cobrir partes que podem desviar a atenção do aluno; incluir desenhos, gráficos que ajudem na compreensão; destacar imagens; modificar conteúdos de material escrito de modo a torná-lo mais acessível à compreensão etc.;



providenciar adaptação de instrumentos de avaliação e de ensino-aprendizagem;



favorecer o processo comunicativo entre aluno-professor, aluno, aluno-adultos;



providenciar softwares educativos específicos;



despertar a motivação, a atenção e o interesse do aluno;



apoiar o uso dos materiais de ensino-aprendizagem de uso comum;



atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e fracasso.



Fundamental para o sucesso da Escola Inclusiva não será apenas jogar essa responsabilidade nas costas dos professores. Todas as demais pessoas, diretores, inspetores, atendentes, o pessoal da cantina, da limpeza, da manutenção, os demais alunos, as famílias e comunidade em geral estejam envolvidas no mesmo objetivo. Professores com alunos em processo de inclusão, se necessário, poderão receber apoio e auxiliares na sala de aula. Esses educadores precisão receber treinamentos constantes.



A escola poderá receber de tempos em tempos, a visita dos professores itinerantes e/ou outros especialistas no assunto para avaliar como anda o processo, passar instruções, tirar dúvidas, dar treinamentos. Enfim, o que quero dizer com tudo isso, é que o professor dentro de uma Sala de Aula Inclusiva é o personagem direto da Inclusão Escolar; mas por trás dele, deverá estar todo um arsenal de apoio material e humano. O trabalho em equipe entre os profissionais de uma escola pode contribuir, e muito, para uma convivência harmoniosa, construída coletivamente, que certamente irá refletir na relação educador/educando e no processo de ensino e de aprendizagem.

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