Emílio Figueira lança o documentário "1981 – O Início Da Minha História Inclusiva"

Qual a diferença que um professor pode fazer na vida de um aluno com deficiência que está sendo incluído? Para muitos pode parecer apenas mais um aluno em sala de aula em processo de aprendizagem. Mas dependendo do carinho e dedicação desse professor, ele poderá estimular e lançar esse aluno para uma vida de possibilidades!



Ao produzir o documentário “1981 – O Início Da Minha História Inclusiva”, tendo a minha própria caminhada como foco central, eu quis mostrar justamente isto.  O quanto foi importante para mim o fato de um professor ter me incluído em um grupo escolar normal, abrindo-me caminhos por meio dos estudos, possibilitando-me a atingir o que sou hoje.



Dono de muitas histórias para contar, Mário Flávio Berthola Ramos Nogueira, o Professor Maroca, lecionou durante 33 em escolas estaduais paulistas.  Nos anos 1970 e 1980, quando a palavra inclusão ainda nem se quer era cogitada, Maroca promoveu dois bem-sucedidos casos de inclusão escolar. E um deles foi o meu!









Só que por motivos técnicos, o primeiro caso não entrou na edição do documentário.  Mas com muita satisfação, vou descrevê-lo:



Nos anos 1970, o professor Maroca morava vizinho a um casal de padeiros que tinha um filho com os dois pés virados para dentro e não conseguia andar. Naquela época isso já era suficiente para uma criança não ter o direito de frequentar uma escola normal. O professor ficou incomodado, questionando-se: “Como pode, esse menino já é quase um rapazinho e vai crescer analfabeto? Como ele vai arrumar um serviço quando adulto?”



O Maroca pediu autorização aos pais e começou a levar o menino no colo para a escola. Teve que enfrentar a diretoria que não queria um aluno com deficiência. Assumiu toda a responsabilidade por ele, o carregava para o banheiro e recreios. Depois o levava de volta para sua casa. O garoto teve um satisfatório desempenho pedagógico. O professor Maroca tinha um fusca na época e, às vezes, passeavam juntos pela cidade, ensinando ao garoto muitas outras coisas.



O estudante terminou a primeira série e fez a segunda também com o professor Maroca. À partir da terceira, o garoto foi para outra classe com outra professora e o seu próprio irmão passou a levá-lo à escola. Mas por complicações de saúde, o jovem veio a falecer no meio do ano. E, durante a entrevista, com a certeza que fez a coisa certa, o professor Maroca me disse: “Pelo menos, ele faleceu bem alfabetizado e sabendo fazer qualquer conta!”



Por esses dois exemplos, posso dizer com toda na segurança que o melhor caminho que um professor pode ter para promover a Educação Inclusiva sempre será o caminho do coração!



Quero fazer dois agradecimentos especiais para a realização deste documentário: ao meu amigo e irmão Helton Luiz Tavoni por ter filmado a entrevista e ao editor de vídeo e cinegrafista Gilberto Pereira, que gentilmente limpou os ruídos do áudio

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