“Cannabis é vida. É o futuro da medicina”: leia depoimento de escritor

 Felipe Floresti - Portal Cannabis & Saúde - 14 de fevereiro

Emílio Figueira é escritor, jornalista, psicólogo e pesquisador. Com mais de 100 livros e artigos publicados em diversas áreas, destaca-se por sua militância pelos direitos das pessoas com deficiência e pela educação inclusiva. A convite do Cannabis & Saúde, Figueira escreveu um depoimento sobre seu tratamento com Cannabis medicinal.

Meu nome é Emílio Figueira. Durante o meu parto em setembro de 1969, tive asfixia, ficando com paralisia cerebral. Por causa da grande consequência nos movimentos corporais e na fala, meus primeiros onze anos, foram intensamente preenchidos com muitas terapias e reabilitação na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD.

Por minha parte cognitiva ser preservada, fiz dos estudos minha razão de viver. Pré-adolescente, fui incluído no ensino público. Consequentemente, formei-me em jornalismo, psicologia, teologia. Fiz cinco pós-graduações e dois doutorados. E uma carreira na ciência com mais de noventa artigos científicos publicados em oito países.

Voltando um pouco, aos cinco anos, eu escrevia meus primeiros textos e poemas. Aos treze já colaborava com jornais e revistas. Ao todo, escrevi e lancei quase cem livros, além de escrever peça teatrais e roteiros de filmes. E como militante dos direitos das pessoas com deficiência e da Educação Inclusiva, viajei por todo o país dando palestras e cursos.

Todas essas coisas, somadas aos grandes esforços repetitivos para coordenar meus movimentos em todo o fazer diário e profissional, começou a apresentar consequências por volta de meus cinquenta anos. Principalmente canseira física, cefaleia tensional por dormir muito agitado e aumento de espasmos e movimentos involuntário durante o sono.

Passei por vários médicos e nenhum tinha um diagnóstico certo para mim. Ainda mais que pertenço a primeira geração de pessoas com deficiência que está envelhecendo no Brasil e a medicina ainda pouco se sabe sobre isso. Pois até uma geração antes da minha, essas pessoas morriam jovens pela falta de conhecimento, falta de pesquisas, uma medicina não avançada, falta de medicamentos adequados, melhores condições de recursos humanos, tecnologias reabilitacionais ainda no começo de seu desenvolvimento, dentre outros fatores. 

 Eu até tinha ficado desanimado por não saber o que seria do meu corpo dali para frente. Foi minha dentista, Mariana Missi, uma estudiosa da Cannabis medicinal, a primeira pessoa que me sugeriu o uso de fitocanabioides. Li um pouco sobre o assunto, artigos, vídeos e depoimentos, porque digo sempre que a busca do conhecimento correto é a base para darmos passos seguros e com esperanças. E, entusiasmado, em março do ano passado, fiz minha primeira consulta com a neurologista Natasha Consul Sgarioni, uma grande especialista em Cannabis medicinal e comecei a usar o óleo.

Todas aquelas consequências que citei acima, cessaram. Comecei a dormir e acordar bem, a ter melhor qualidade de vida e a trabalhar mais empolgado.

O resultado também começou a se refletir no meu dia a dia. Há cinco ano faço físio e pilates duas vezes por semana com a fisioterapeuta Cleide Alves. O Cannabis medicinal também colaborou para a melhorar meu equilíbrio, postura, caminhar. E pessoas comentam que melhorou até a minha pronúncia.

Uma coisa que digo, é que o corpo humano não é uma ciência exata. Ele irá mudando e apresentando novas decorrências no processo de envelhecimento. Por isto, mesmo com bons resultados iniciais, é importante de tempos em tempos, continuar consultando nossos prescritores de fitocanabiodes, avaliar como está, fazer ajustes nas dozes e formulação se necessário.

Nesse período também tenho estudado muito sobre o assunto. Naturalmente todos já temos o Cannabis no corpo nas conexões neurais, no sistema endrocanabioidde e na anandamida (“substância da felicidade”), por exemplo. Aí vejo a grande sabedoria da mão de Deus. Ele deixou isso em nossa natureza corporal, porque sabia que um dia iríamos descobrir a Cannabis medicinal e, a partir disto, formular remédios/óleos que potenciaria esses sistemas na cura de tantas doenças e com tantos resultados surpreendentes.

Sou tão entusiasta da Cannabis medicinal, que nesse um ano já encaminhei umas sete pessoas entre parentes e amigos para consulta e uso do óleo. E estão todos felizes com os resultados positivos. Por isto, digo que Cannabis é vida e o futuro da medicina!

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