Texto: Luis Nassif, em 26/06/2018
Foto: Giselle Bohnen
Jornal GGN – A paralisia cerebral chega a atingir cerca de 150 mil brasileiros todos os anos, segundo um levantamento do Hospital Israelita A. Einstein. Foi no final dos anos 60, quando nasceu, que Emílio Figueira se viu frente à deficiência motora, que apesar da complexidade não foi capaz de limitar sua vida e a escrita.
Hoje, aos 50 anos, Figueira acaba de lançar “Confissões De Um Bom Malandro”, uma obra sobre sua trajetória e que está disponível na versão digital gratuitamente, em seu site. Essa é mais uma publicação, entre os 74 títulos assinados pelo cientista.
“Ao adquiri paralisia cerebral no final dos anos 1960, para grande parte das pessoas que me conheciam e para minha família eu já estava com o meu destino traçado. Ser dependente das outras pessoas, isolado dentro das instituições. Ainda mais naquela época onde nós, pessoas com deficiência, vivíamos totalmente excluídos”, comentou o autor que decidiu por um caminho oposto.
Mesmo em uma época que a inclusão não era pautada e os preconceitos eram muito mais latentes, Figueira viveu inúmeras possibilidades nas artes e conta com graduações em jornalismo, psicologia e teologia, além de dois títulos de Doutor, com 98 artigos científicos publicados. “Figueira é uma pessoa que vem construindo uma trajetória totalmente improvável pela realidade que a vida tentou lhe impor”, disse o crítico literário Rubens Castro.
Atualmente, Emílio Figueira também é professor e conferencista de pós-graduação em temas que envolvem Psicologia e Educação Inclusiva, criando um treinamento online para professores, onde já ajudou a formar 22 mil profissionais da área no Brasil, sendo grande parte da região norte e nordeste.
“Gosto de fazer pirraça para os meus pensamentos limitantes. Sempre que eles dizem que não sou capaz de fazer algo, vou lá e faço, mesmo que não seja exatamente como as demais pessoas, mas faço de meu jeito”, completou Figueira.