Um Ciclo Plástico De Três Anos (De 2000 à 2003)

Capa da Revista Sentidos, anos 2000

Minha vida sempre foi de muito experimentalismo. No início dos anos 2000, talvez em uma retomada inconsciente da época que eu desenhava muito no apartamento quando criança, voltei a pintar. Minha primeira oficina foi a “Aventura da Escrita”, trabalhando temas desde a época da das cavernas até a chegada de escrita. Biblioteca Infantojuvenil/Brinquedoteca da Biblioteca Municipal “Rodrigues de Abreu”, no Centro Cultural Carlos Fernandes de Paiva “Mestre Cirilo”, dezembro de 1999 à janeiro de 2000. Essa oficina foi ministrada por Nadja Maria Rodrigues Góes, com quem realizei a exposição "500 Anos de Brasil na Visão de Emílio Figueira & Nadja Goez" com painéis refletindo a história do país no Museu Histórico Municipal de Bauru. 

Entrei como aluno no ateliê do artista plástico Leandro Gonçalez Pirez, fazendo aulas duas vezes por semana, aprendendo técnicas da pintura de óleo sobre tela. Entre junho à dezembro de 2000, conclui o “Curso de Estudo, Esboço e Pintura a Óleo”, recebendo o meu primeiro certificado na área.

Confesso que nessa época tive que vencer um autopreconceito; sempre tinha na mente aquelas pinturas acadêmicas perfeitamente pintadas e sofria muito em pensar que a minha coordenação motora nunca me permitiria atingir esse nível. Mas com o tempo, fui descobrindo que havia outras formas de expressão com as quais eu poderia me desenvolver plenamente, como por exemplo, o expressionismo e o abstracionismo. Com o tempo, fui desenvolvendo o conceito de que a verdadeira arte não é a cópia fiel da realidade e sim a transcendência das criações artísticas. É dessa fase a pintura do meu autorretrato.


Fiz outros cursos com professores com propostas diferentes na Casa de Cultura. Mesmo com toda a minha dificuldade motora, tive uma oportunidade de conhecer diferentes linhas de pinturas, principalmente o modernismo e expressionismo. De todas as técnicas aprendidas, a minha paixão foi o guache, por representar a liberdade de criar como uma criança. Interessante que quanto mais eu praticava, mais minha coordenação motora afinava e meus traços ficavam firmes. 

Durante todo esse período, além das aulas e de minha produção, eu lia muito sobre histórias e teorias artísticas. Comprei muitos livros, pesquisei muita coisa na internet. Passava as tardes na biblioteca municipal folheando livros com imagens dos artistas universais brasileiros, principalmente de nossos modernistas – Tarcila do Amaral, minha preferida – e dos paulistas do século XIX – Benedito Calixto e Almeida Junior. Troquei correspondências com inúmeros outros artistas e professores de arte. 

Comecei a estudar História da Arte e História da Música no Instituto Contemporâneo de Arte – ICA, de Bauru. Paralelo, fui cursar em uma escola profissionalizante um pouco de artes gráficas e de editorização. Com essa nova motivação, peguei antigos textos infantis meus – alguns até da minha infância – e criei e ilustrei vários livrinhos. 

  Nesse experimentalismo, em 2001, cheguei a criar cartuns para a Folha de Guaraçaí, publicados quinzenalmente com representações humanísticas de pessoas, fatos, situações, nas quais certas particularidades ou traços característicos são acentuados ou até mesmo exagerados.


PSICOLOGIA DA ARTE


Comecei a escrever trabalhos científicos sobre artes que foram publicados em importantes revistas brasileiras: "O Vicente que virou Van Gogh", "A presença da pessoa com deficiência na história da arte - Alguns apontamentos curiosos sobre artistas e personagens", "Os dizeres de uma obra desconhecida - Proposta de análise isolada", "A presença da pessoa com deficiência visual nas artes - Um panorama histórico e atual", publicado em oito partes no site da Rede Saci e da união de um vasto material, produzi o "Pequeno inventário da arte e deficiência", documentário de julho de 2002, que se encontra no acervo físico da Rede Saci.

Já cursando a faculdade, escrevi em 2003 a monografia “Bases Históricas Para Iniciação ao Estudo do Tema Arte e Loucura”, publicada posteriormente em dois livros. Além de outros estudos e ensaios escritos na época e ainda não publicados.

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