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Você já parou para pensar que a Bíblia registra o primeiro
ato de inclusão da história? E o que isso tem a ver com a forma como a Igreja
deve acolher as pessoas hoje? Neste vídeo, vamos explorar juntos como Deus,
desde o início, demonstrou o valor de cada indivíduo, independentemente de suas
limitações ou diferenças. Vamos conectar esses ensinamentos ao papel crucial
que a Igreja precisa desempenhar no mundo atual.
Se você já se sentiu excluído ou conhece alguém que enfrenta
barreiras, seja físicas, emocionais ou sociais, este vídeo vai te mostrar como
a mensagem bíblica pode transformar não só vidas, mas também comunidades
inteiras. Vamos falar sobre empatia, acolhimento e práticas reais que fazem a
diferença na inclusão de todos na vida da Igreja.
Fique comigo, porque ao final deste vídeo você terá
ferramentas e reflexões práticas para começar a promover a verdadeira inclusão
onde você estiver. Então, você está preparado para fazer parte dessa mudança e
entender como viver uma fé mais inclusiva e impactante?
UM RÁPIDO TESTEMUNHO PESSOAL
Antes. porém, peço só um minuto para dar o meu próprio
testemunho. Meu nome é Emílio Figueira. Tenho paralisia cerebral desde meu
parto em 1969. Alguns médicos até disseram que eu nem seria alfabetizado. Mas
Deus confundiu todo mundo com o seu poder. Hoje tenho três faculdades, jornalismo,
psicologia e teologia, fiz seis pós-graduações e dois doutorados. Já publiquei
mais de 120 livros, dentre outras realizações profissionais.
Nesse universo de obras, já escrevi três livros sobre o
assunto. “AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AO LONGO DO CRISTIANISMO, o qual foi fruto
da minha tese de doutorado e deixarei o link dele na discrição para quem quiser
baixar gratuitamente. E os romances, ALMAS INCLUÍDAS que fala do papel da
igreja neste contexto e ENTRE A FÉ E A INCLUSÃO, retratando a luta de famílias
cristãs pela inclusão escolar e religiosa de seus filhos com deficiência. Ambos
os romances pela Amazon.
Aliás, citando de passagem, eu também me formei como
conselheiro cristão, conhecimento que estou aplicando neste canal.
MEFIBOSETE: O PRIMEIRO EXEMPLO DE INCLUSÃO DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA VEM DA BÍBLIA
Para começar, quero destacar uma história inspiradora da
Bíblia, a história de Mefibosete, um exemplo claro de inclusão nos tempos
antigos.
Mefibosete era neto do rei Saul e filho de Jônatas, o grande
amigo do rei Davi. Após uma tragédia que levou à morte de seu pai e avô, ele
sofreu um acidente que o deixou com uma deficiência física. Durante anos, viveu
esquecido em Lo-Debar, uma terra árida e sem perspectivas, um lugar que
simbolizava isolamento e abandono. No entanto, a promessa de Davi a Jônatas
permaneceu viva, como registrado em 1 Samuel 20, 15: “Jamais deixes de
ser bondoso para com a minha família.”
Em um gesto de misericórdia e justiça, o rei Davi,
lembrando-se dessa aliança, disse: “Resta ainda alguém da casa de Saul, para
que eu use de bondade para com ele, por amor de Jônatas?” (2 Samuel 9, 1).
Foi então que Mefibosete foi encontrado e trazido à presença do rei. Apesar de
suas limitações físicas, Davi declarou: “Não temas, porque usarei de bondade
para contigo por amor de Jônatas, teu pai, e restituir-te-ei todas as terras de
Saul, teu avô; e tu comerás pão sempre à minha mesa” (2 Samuel 9, 7).
Esse ato de Davi não foi apenas um gesto de bondade; foi um
símbolo de como Deus valoriza cada vida, independentemente das condições
físicas ou limitações. Ele nos ensina que a verdadeira inclusão acontece quando
vemos além das aparências e reconhecemos o valor intrínseco de cada pessoa.
PERSONAGENS BÍBLICOS COM DEFICIÊNCIA
Assim como Mefibosete, vários personagens bíblicos
enfrentaram deficiências físicas ou sensoriais, e suas histórias oferecem
perspectivas valiosas sobre fé, superação e a relação entre sofrimento e
propósito. Selecionei alguns exemplos notáveis:
No Antigo Testamento:
Jacó: Jacó lutou com um anjo (ou uma manifestação
divina) e, como resultado, teve a coxa deslocada (Gênesis 32, de 22 a 32). Essa
lesão o deixou com uma deficiência física permanente, mancando pelo resto da
vida. A história de Jacó destaca a luta humana com o divino e como as provações
podem levar à transformação.
Lia: A Bíblia menciona que Lia tinha "olhos
tenros" ou "fracos" (Gênesis 29, 17), o que alguns interpretam
como uma possível deficiência visual ou uma característica física menos
atraente segundo os padrões da época. Apesar disso, ela enfrentou desprezo e
rejeição por parte de Jacó, que amava mais sua irmã Raquel. Deus, no entanto,
viu seu sofrimento e a abençoou com vários filhos, incluindo Judá, de cuja
linhagem viria o Messias
Moisés: Moisés tinha uma dificuldade na fala,
descrita em Êxodo 4, 10, onde ele diz a Deus: "Ah, Senhor! Eu nunca fui
eloquente, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não tenho
facilidade para falar; a minha língua é presa". Embora algumas
interpretações sugiram que isso poderia ser uma metáfora para insegurança,
outras entendem como uma possível deficiência na fala.
Isaque, filho de Abraão e Sara, perdeu a visão na
velhice (Gênesis 27, 1). Mesmo cego, ele desempenhou um papel central ao
abençoar seus filhos, Jacó e Esaú. Embora inicialmente planejasse abençoar
Esaú, Jacó recebeu a bênção por meio de um engano, cumprindo os planos divinos
para a continuidade da aliança de Deus com Israel.
Sansão, um dos juízes de Israel, perdeu a visão após
ser capturado pelos filisteus (Juízes 16, 21 a 30). Mesmo cego, ele foi usado
por Deus para realizar um último ato de força, derrubando as colunas do templo
filisteu, destruindo seus inimigos e sacrificando sua própria vida.
Eli, sacerdote de Israel, perdeu a visão na velhice
(1 Samuel 3, 2). Apesar de suas limitações, ele teve um papel fundamental ao
orientar o jovem Samuel a reconhecer e obedecer à voz de Deus, contribuindo
para a formação de um grande profeta.
O pai de Tobias: No livro deuterocanônico de Tobias,
o pai de Tobias fica cego. Sua cegueira é um período de grande provação, mas
também um tempo de fé e espera na cura divina.
Jó: Jó sofreu uma série de aflições, incluindo
feridas dolorosas por todo o corpo (Jó 2, 7). Sua história explora a questão do
sofrimento justo e a fé em meio à adversidade.
No Novo Testamento:
O cego de nascença (João 9, de 1 a 7) foi curado por
Jesus, que aplicou lama em seus olhos e o enviou ao tanque de Siloé. Sua cura
revelou o poder de Deus e gerou debates sobre a identidade de Jesus.
Bartimeu, o cego de Jericó (Marcos 10, de 46 a 52),
clamou por Jesus enquanto Ele passava. Demonstrando fé, teve sua visão
restaurada, tornando-se um exemplo de perseverança e confiança em Cristo.
O paralítico de Cafarnaum (Mateus 9, de 1 a 8) foi
levado por amigos a Jesus, que primeiro perdoou seus pecados e depois o curou,
mostrando sua autoridade divina.
O homem com a mão ressequida (Mateus 12, 9 a 13) foi
curado por Jesus em um sábado, desafiando as rígidas regras religiosas da época
e enfatizando a importância da compaixão.
O homem surdo e com dificuldade de fala (Marcos 7, de
31 a 37) foi curado quando Jesus tocou seus ouvidos e língua, restaurando suas
habilidades de ouvir e falar.
O paralítico no tanque de Betesda (João 5:1-9) foi
curado por Jesus após 38 anos de enfermidade. Jesus o instruiu a levantar-se e
andar, transformando sua vida.
O coxo na porta do templo (Atos 3, de 1 a 10) foi
curado por Pedro e João em nome de Jesus. Ele passou a andar e louvar a Deus,
causando grande admiração entre os que o conheciam.
O homem surdo e mudo possuído (Mateus 12, 22) foi
libertado por Jesus, que expulsou o espírito maligno, restaurando sua fala e
audição, evidenciando o poder sobre forças espirituais.
Considerações Adicionais:
A Lei Mosaica e as deficiências: O livro de Levítico
(21, de 16 a 23) continha leis que excluíam pessoas com certas deficiências
físicas do sacerdócio. No entanto, essas leis devem ser entendidas dentro do
contexto cultural e histórico da época. O Novo Testamento enfatiza a inclusão e
o valor de todas as pessoas, independentemente de suas limitações físicas.
A visão de Jesus sobre a doença: Jesus frequentemente
curava pessoas com diversas enfermidades, demonstrando compaixão e o poder do
Reino de Deus. Ele rejeitou a ideia de que toda doença era um castigo direto
pelo pecado, oferecendo uma nova perspectiva sobre o sofrimento.
As histórias desses personagens bíblicos oferecem conforto, esperança e inspiração para aqueles que enfrentam desafios semelhantes. Elas nos lembram que a fé, a perseverança e a comunidade podem nos sustentar em meio às dificuldades e que Deus pode usar até mesmo as nossas fraquezas para manifestar o seu poder e propósito.
O Papel da Igreja Hoje
Se olharmos para nossas igrejas, percebemos que, embora
algumas tenham avançado, ainda há um longo caminho para alcançar uma inclusão
verdadeira e plena. Muitas igrejas já implementaram rampas de acessibilidade,
tradução em Libras, legendas em cultos online e até mesmo grupos de apoio
específicos. Isso é louvável, mas inclusão vai muito além do espaço físico; é
uma questão de mentalidade e atitude.
Como a Igreja Pode Ser Mais Inclusiva?
Acessibilidade Integral
A inclusão começa com a remoção de barreiras físicas e comunicacionais. Cultos
acessíveis podem incluir intérpretes de Libras para pessoas surdas, materiais
em braile para pessoas com deficiência visual, audiodescrição e sistemas de som
adaptados. Essas iniciativas garantem que todos possam participar plenamente
das atividades e compreender a mensagem.
Participação em Todas as Áreas da Igreja
A inclusão verdadeira significa garantir que pessoas com deficiência não sejam
apenas espectadores, mas também participantes ativos. Elas podem e devem estar
envolvidas em ministérios, lideranças, atividades sociais e espirituais. Cada
pessoa tem dons únicos que podem contribuir para a edificação da comunidade de
fé.
Respeito e Empatia
Para que as igrejas sejam realmente acolhedoras, é fundamental ouvir as
experiências e necessidades das pessoas com deficiência. O respeito e a empatia
constroem um ambiente onde todos se sentem valorizados e aceitos. Isso inclui
evitar olhares de pena ou atitudes de superioridade e, em vez disso, tratar
essas pessoas como iguais em dignidade e importância.
Capacitação da Comunidade
A formação de líderes e membros da igreja é essencial para que a inclusão se
torne uma realidade prática. Muitas vezes, a falta de conhecimento ou de
sensibilidade sobre as questões que envolvem a deficiência impede uma
integração verdadeira. Oferecer cursos, palestras e estudos bíblicos sobre
inclusão pode ajudar a comunidade a entender melhor o papel de cada um nesse
processo.
Mudança de Mentalidade
É importante que a igreja veja as pessoas com deficiência como parte integral
do corpo de Cristo, e não como "visitantes especiais" ou
"projetos de caridade". Todos somos membros igualmente importantes na
obra de Deus, e cada um tem algo valioso a oferecer.
Por Que Isso é Importante?
Quando a igreja acolhe pessoas com deficiência de maneira
plena, está refletindo o amor e a justiça de Deus. Lembre-se de que Jesus
sempre acolheu aqueles que eram marginalizados pela sociedade. Ele curou,
ouviu, ensinou e, acima de tudo, amou incondicionalmente. Seguindo o exemplo de
Cristo, a igreja tem a responsabilidade de ser um lugar de inclusão, onde todos
possam se sentir amados, respeitados e pertencentes.
Assim como Davi trouxe Mefibosete para sua mesa, a igreja
hoje é chamada a abrir espaço para todos. A inclusão não é um favor, mas um
direito e uma expressão do amor de Deus. Vamos construir juntos comunidades
mais acessíveis, justas e unidas, onde cada pessoa, independentemente de suas
limitações, seja tratada como parte essencial do corpo de Cristo.
Puxando novamente para um relato pessoal, Deus me abençoou
em poder estudar muito. O que hoje
analisando, à época que nasci, altamente segregadora, onde nem se quer se
pensava em inclusão, todo esse desenvolvimento, tenho a convicção que tudo que
fiz até aqui, foi pela mão e graça de Deus e do meu irmão Jesus. Isso porque,
com todo o respeito com quem pensa diferente, Jesus não é meu senhor, Ele é meu
irmão. Afinal, somos filhos do mesmo Pai. Mas eu não quero que minha história
seja algo isolada. A igreja deve estar sempre aberta a todos, inclusive pessoas
com as mais variadas deficiências para que se desenvolvam na fé, na convivência
humana, todos juntos rumo a vida eterna.