Na noite de ontem, 18 de outubro, tive um dos momentos mais significativos da minha carreira como jornalista, escritor e cientista. Estar na cerimônia do importante Prêmio Sentidos 2011, concorrendo em duas categorias: Literatura e Juri Popular!
Na verdade, essa alegria começou duas semanas antes, ao ser indicado como finalista, recebi dezenas de e-mails do todo o Brasil, tanto de amigos, como de muitos desconhecidos, entidades, familiares, escolas, estudantes, enfim, pessoas que ficaram sabendo da minha indicação e comentavam como o minhas pesquisas, artigos, livros, reportagens foram e são importantes para muitos no Brasil.
Voltando à noite de ontem, foi uma linda cerimônia no Memorial da América Latina, dentro do Memorial da Inclusão. Logo no coquetel de abertura tive a emoção de ver naqueles painéis fotos e histórias de meus amigos, alguns já falecidos, mas que estivemos juntos nas décadas de 70, 80 e 90, lutando pelos nossos direitos e espaços sociais. Muitos deles já falecidos e eu na noite de ontem ali na ativa, continuando a levar a nossa bandeira. Naquele momento o Prêmio Sentidos ganhou um significado histórico muito maior para mim. Se algumas décadas atrás eu e esses amigos vivíamos dentro dos muros das instituições, avançamos muito, estamos vivendo numa sociedade inclusiva e já tem até esse prêmio que não visa nem de longe premiar a deficiência, mas sim a capacidade e o talento de nossa categoria de pessoas!
Depois do coquetel, no auditório, após a apresentação musical, iniciou-se a premiação categoria por categoria. Ao ser apresentado no telão a história de vida dos três finalistas da categoria Literatura, subi ao palco com os meus dois novos amigos Felipe Quartero e Maria Goret Chagas. Ao ser anunciado como campeão da categoria não tive dúvidas, no meu discurso dediquei o prêmio para eles dois, pessoas fantásticas que eram tão merecedoras quanto eu ao prêmio. Na verdade, eu fiquei com ele, mas quem ganhou fomos nós três por estarmos nessa final!
Ao descer do palco, minha amiga Luciane Molina, deficiente visual, estava de pé me esperando para me abraçar, tamanha era a felicidade dela. Luciane é minha amigona de twitter, minha aluna de Educação Inclusiva na UNICEAD e eu sou aluno dela de Escrita em Braille na GEPEC. Ela estava concorrendo na categoria Gente como a Gente! Agora era torcer por ela. Luciane passou a perna em todo mundo, não venceu na sua categoria, mas levou o prêmio mais difícil, o Juri Popular dos votos da internet. Minha alegria foi tanta por ela, que cheguei a ficar emocionado!
Bem, minha intenção nessas linhas era fazer um agradecimento, mas não sei como. Eu não ganhei esse prêmio sozinho. Quando coloquei minha mão nele, junto também estavam as mãos de minha mãe, avó, irmãs, cunhados, sobrinhos, família em geral, amigos vivos e os que já se foram, professores amados que nunca esqueço, colegas de profissão, leitores, incentivadores, irmãos evangélicos de fé, enfim.
Após o prêmio conversando com as jornalistas, eu disse que o maior significado do prêmio era pensar que aos cinco anos de idade, iniciei-me no mundo das letras, acredite, estudei, enfrentei altos e baixos, grandes desafios e estar ali ontem sendo premiado como escritor, significava que realmente escolhi o caminho certo das letras! Foi um prêmio ganhado por muitas mãos somadas às minhas sim. Mas acima de todas as elas, há uma mão muito maior para qual dou e sempre darei o meu maior agradecimento por todo amor que tem por mim, pela minha vida e que sempre escreveu comigo: a mão de Deus!