Aula 2 – A Transição Da Educação Especial para A Educação Inclusiva



Desde meados do século XIX, acentuando-se mais na década de 1950, houve em todo o país, uma preocupação em proporcionar um atendimento especializado em várias ações para pessoas que apresentam limitações e deficiências mais acentuadas. E a Educação Especial constitui numa dessas ações, ocorrendo basicamente de duas maneiras: Via comum com raras iniciativas, através dos mesmos recursos e serviços geralmente organizados para todos. E a outra, via designada como Especial, mediante a utilização de auxílios e serviços especiais que não estavam disponíveis nas situações comuns de educação.



Durante muitas décadas de isolamento e nos primeiros anos de vida, a criança com deficiência não tinha maiores problemas, vivendo em torno da família, sendo assistida e recebendo toda a proteção do lar. Mas ao atingir a idade escolar, iniciava-se o dilema: a procura de escolas especializadas com vagas, ou mesmo uma de ensino regular que o aceitasse em seu quadro de alunos. Dilema, porque, como em todos setores que envolvem a questão deficiência, a Educação Especial também sempre enfrentou problemas.






Falta de verbas federais, estaduais e municipais, poucos centros especializados, professores com formações precárias.  Escolas despreparadas para integrar esses alunos em salas comuns de aula. Crianças não conseguindo ser orientadas, acabavam sendo isoladas em Classes Especiais, encaradas com preconceitos e discriminações. Mesmo com boa intenção de alguns órgãos responsáveis, estes, estavam de mãos atadas, devido à falta de recursos e o desinteresse pelos poderes governamentais.



Problemas a parte, a Educação Especial sempre foi ministrada em vários locais: em escolas residenciais, em hospitais, em casa, em internatos, escolas especiais, classes especiais, em salas de recursos adequados, pensionatos para alunos externos ou através de planos coorporativos. Porém, sempre houveram dois principais recursos no Brasil: As Escolas e Classes Especiais. Essa última mantida em escolas comuns (estaduais e municipais), abrigando crianças classificadas nas categorias de suas deficiências. Em alguns casos, essas Classes serviam/servem de auxílio, onde o aluno frequenta meio período na classe comum e meio na Classe Especial.



A clientela na Educação Especial é diversificada, indo muitas vezes, de encontro às necessidades e condições educacionais e condições individuais de cada aluno, indicando se esse deve receber a Educação Especial, e não apenas a presença de uma deficiência ou superdotação, tomadas estas como condições individuais. São crianças que, mesmo com suas limitações, estão sempre prontas para brincar, correr, jogar bola, gritar, rir, fazer travessuras e se for preciso, até brigar. Por outro lado, também são crianças muito carinhosas e às vezes carentes. Porém para desenvolver todas essas qualidades e tudo que possuem de bom, precisam de um carinho e atenção mais intensos: É aqui que entendia-se que entra o papel da Escola Especial.



Seu programa escolar era dirigido a crianças de 6 a 16 anos com algum tipo de deficiência, que não “conseguiam acompanhar” o currículo das escolas comuns, o que era um mito, pois eram vistos em primeiro plano, só pelo que “eles não podiam ou conseguiam fazer”. Claro que, segundo conceitos da época, necessitavam de uma metodologia adequada, como a criança deficiência visual que usa o alfabeto em Braille: a auditiva aprende através do alfabeto digital, onde cada movimento de mão corresponderá a uma letra; a criança deficiência física poderá normalmente acompanhar o currículo comum escolar e dependendo de sua gravidade, o uso de próteses (braço-mecânico) pode facilitar seus movimentos; crianças com deficiências motoras (paralisado cerebral) já contam com uma série de recursos que foram caracterizando esse atendimento. E as crianças com deficiência intelectual eram classificadas por grau, educáveis e as treináveis em alguma profissão ou atividade de dia-a-dia.



Todas as escolas especializadas, ofereciam/oferecem um treinamento pedagógico (alfabetização), como treinamento da fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicológico e profissionalmente para o mercado de trabalho.



São inúmeras as atividades periódicas de uma instituição. Serviços diretos ou indiretos, realizados pelos professores e todos aqueles que trabalham na escola.



Profissionais da área



 Com relação aos profissionais, há no mercado de Educação uma carência de profissionais especializados nesta área. Isto constitui um grande desafio aos educadores, seja em nível de sondagem de aptidões, iniciação para o trabalho, aprendizagem profissional metódica, qualificação ou habilitação profissional. A ação educacional tem sido, entre nós, de difícil concretização.



A “mão-de-obra” especializada na Educação Especial sempre foi uma grande dificuldade. Não há profissionais para tal e os que existem, são muitos mal remunerados, devido à carência e problemas financeiros das entidades.



Para trabalhar nessa área, um profissional tem que estar muito bem preparado. Muitas vezes a realidade de sua classe ou do aluno é bem diferente daquilo que ele aprendeu em seu curso. O professor acaba por adotar atitudes que refletem muito mais aspectos pessoais do que preparação técnica. Muitas vezes um profissional tende a se fixar numa esfera emocional, que o leva a assumir vários papéis (médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, atendente e, é comum, o papel de mãe). Sofre também a falta de outros profissionais mais especializados em sua volta para orientação, troca de informações ou ideias.



Mas lidar com crianças com deficiência é algo que exige muita dedicação e, sobretudo, amor. A arte de reabilitar – tanto pedagógico como profissionalmente – é algo muito gratificante. Ao ver o aluno com alguma limitação ou algo parecido, ser incluído socialmente, será a maior recompensa a esses profissionais.

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