Educação Inclusiva: O Pilar Da Cidadania



(Publicado em 21 de agosto de 1996)



Durante muitos anos o conceito de Educação Especial teve uma forte aceitação em nosso país. Por trás das chamadas Classes Especiais, e dos altos custos para mante-las, embora não fosse a intenção de muitos, podemos dizer hoje com segurança, que estávamos realmente promovendo a discriminação ao isolarmos tais alunos dos demais. Sem se falar ainda, dos muitos mantidos em instituições somente para eles, sem qualquer contato social. Nas últimas duas décadas esse quadro começou a mudar, pois passamos a perceber que grande parte dos alunos portadores de deficiência não necessitavam necessariamente desse tipo de educação, podendo perfeitamente em escolas de ensino comum. A partir daí a passamos buscar alternativas para que isso acontecesse…



Até que recentemente, através do assistente social Romeu Kazumi Sassaki, chegou ao nosso conhecimento o conceito da EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Sua proposta têm duas definições básicas internacionais:



“Educação inclusiva significa provisão de oportunidades equilativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que recebam serviços educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em classes adequadas à idade em escolas da vizinhança, a fim de prepara-los para uma vida produtiva como membros plenos da sociedade.”



“Educação inclusiva é uma atitude de aceitação das diferenças, não uma simples colocação em sala de aula.”



Logo na primeira leitura do material traduzido por Sassaki, já tivemos uma grande vontade de desenvolver atividades nesta área. Foi quando encontramos um total apoio do amigo e professor Duílio Antônio Duka de Souza, um dos diretores do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo-APEOE SP, subsede Bauru. No II Encontro Regional de Educação, realizado pela APEOE SP na EEPSG “Christino Cabral” em 16 e 17/04/96, tivemos a oportunidade de conversar com a Delegada de Ensino, a qual achou a ideia de desenvolvermos um trabalho com os professores da Rede Estadual a nível da Delegacia de Bauru. E recentemente o nosso projeto foi reconhecido por uma importante revista brasileira de educação, tomando- se matéria na edição de setembro.



Estamos começando a desenvolver um projeto piloto, visando divulgar através de cursos e palestras esses conceitos e também prepará-los para aceitar e saber lidar com alunos portadores de deficiência na sala de aula, o que baseado em nossa experiência pessoal e observações profissionais, acreditamos ser perfeitamente possível…



E comum se dizer que a Educação é o processo formador de libertador do ser humano. Mas no caso de uma pessoa portadora de deficiência, acreditamos que isso é fundamental e até mais importante se o seu processo educador ocorrer nas escolas regulares de ensino. Isso porque, ao mesmo tempo em que se está adquirindo o conhecimento, estará ocorrendo o processo de inclusão de maneira natural, onde as pessoas com ou sem deficiências aprenderão a conviver umas com as outras sem qualquer restrição ou medo. Além do que, a pessoa portadora de deficiência, quanto mais estudada, mais consciência terá de si e do mundo que o cerca. E a partir do conhecimento a conquista de sua cidadania estará em suas próprias mãos!!!

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