Aula 23 – Paralisia Cerebral



A paralisia cerebral é uma lesão cerebral que acontece, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após o nascimento – neste caso, pode ser provocada por traumatismos, envenenamentos ou doenças graves, como sarampo ou meningite.



Dependendo do local do cérebro onde ocorre a lesão e do número de células atingidas, a paralisia danifica o funcionamento de diferentes partes do corpo. A principal característica é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão e inclui dificuldades de força e equilíbrio. Em outras palavras, a lesão provoca alterações no tônus muscular e o comprometimento da coordenação motora. Em alguns casos, há também problemas na fala, na visão e na audição.



Ter uma lesão cerebral não significa, necessariamente, ser acometido de danos intelectuais, mas em 75% dos casos as crianças com paralisia cerebral acabam sofrendo comprometimentos cognitivos.



Como lidar com a paralisia cerebral na escola?






Para dar conta das restrições motoras da criança com paralisia cerebral, vale adaptar os espaços da escola para permitir o acesso de uma cadeira de rodas, por exemplo. Na sala de aula use canetas e lápis mais grossos, envoltos em espuma e presos com elástico para facilitar o controle do aluno. Os papeis são fixados em pranchetas para dar firmeza e as folhas avulsas, nesse caso, são mais recomendáveis que os cadernos. O professor deve escrever com letras grandes e pedir para que o aluno com paralisia cerebral sente-se na frente, se possível, com uma carteira inclinada, que dá mobilidade e facilita a escrita.



Se o aluno apresentar problemas na fala e na audição, providencie uma prancha de comunicação, para que ele se expresse pela escrita. Caso isso não seja possível, o professor pode preparar cartões com desenhos ou fotos de pessoas e objetos significativos para o aluno, como os pais, os colegas, o professor, o time de futebol, diferentes comidas, o abecedário e palavras-chave, como “sim”, “não”, “sede”, “banheiro”, “entrar”, “sair” etc. Assim, para indicar o que quer ou o que sente, o aluno aponta para as figuras.



Em alguns casos, a criança com paralisia cerebral também precisa de um cuidador que a ajude a ir ao banheiro ou a tomar o lanche. Mas, vale lembrar, que todos devem estimular a autonomia da criança, respeitando suas dificuldades e explorando seus potenciais.



Casos específicos como alunos com paralisia cerebral, podemos nos orientar pelo seguinte síntese:



Crianças na forma espástica:



DIFICULDADES:



– A aquisição de linguagem é muito dificultada, sendo a fala da maior parte dos alunos rudimentar, com omissões de alguns fonemas.



– Apresentam um enrijecimento da musculatura em geral, dificultando a manutenção da postura na posição sentada e dificultando, também, a escrita.



AÇÕES PEDAGÓGICAS:



– As atividades orais como as leituras de textos devem ser substituídas por leitura silenciosa com interpretação de textos escritos.



– Podemos colocar um tampo na mesa adaptado na cadeira de rodas. Substituir a escrita com lápis por letras do alfabeto e numerais. Se as letras e os numerais fores imantados facilitará ao aluno o seu manuseio. As folhas digitadas com respostas de múltipla escolha são sempre bem-vindas.



Crianças na forma atetoide



DIFICULDADES:



– Possuem dificuldades nas articulações orofaaciais, causando prejuízo na estruturação da linguagem oral que é de difícil compreensão.



– Esta forma tem como característica a dificuldade na coordenação dos movimentos.



AÇÕES PEDAGÓGICAS:



– Na leitura oral o professor deve ignorar as omissões, por exemplo, dos encontros consonantais: braço/baço – prato/pato. Pela escrita pode-se verificar se o aluno tem constituído o encontro consonantal ou não.



– Sentar o aluno com os pés no chão, fazendo um ângulo de 90 graus, e colocar sacos de areia para apoiar os pés. Mantendo esta postura, estaremos inibindo os movimentos involuntários dos membros inferiores.



– Para ajudar o aluno na escrita podemos confeccionar pulseiras revestidas de chapinha de metal ou chumbo. A presença de um peso nas extremidades (pés ou punhos) diminui por certo tempo, os movimentos involuntários.



Crianças na forma hemiplégica



DIFICULDADES:



– Apresenta um lado do corpo comprometido. O professor precisa verificar a dominância lateral do aluno.



AÇÕES PEDAGÓGICAS:



– O professor deverá estimular o uso de mão comprometida. Enquanto a mão não comprometida estiver escrevendo, a outra deverá estar em cima da mesa apoiando o papel. O professor deverá estimular o lado não comprometido, descrevendo as funções do mesmo, para a utilização da escrita e atividades da vida diária.

Postar um comentário

Por favor, assine o nosso LIVRO DE VISITAS, escrevendo o que desejar neste espaço. Agradecemos de coração!

Postagem Anterior Próxima Postagem