Dicas para um bom relacionamento



Publicado em 26/09/2002



Certamente, grande parte da população, possam achar que é difícil se relacionar com uma pessoa portadora de deficiência. Mas não há nada de constrangedor. A princípio podemos dizer que basta agir com ela com a mesma naturalidade de se relacionar com outra pessoa qualquer. Porém, para facilitar este relacionamento, existem algumas dicas importantes. O que vamos sugerir a seguir, pertence ao “Handicapés”, folheto elaborado pelo Movimento de Mulheres Jovens (París, França, Barrier Awareness – Handicapped Access Office – Citizen Action and Public Information Departament – 16 de novembro de 1982), sendo publicado no Brasil pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência-CORDE, 1991, o qual adaptamos para esta coluna.









COMO VOCÊ DEVE COMPORTAR-SE DIANTE DE UMA PESSOA QUE…



USA CADEIRA DE RODAS



Não segure nem toque na cadeira de rodas. Ela é como que faz parte do corpo da pessoa. Apoiar-se ou encostar-se na cadeira é o mesmo que apoiar-se ou encostar-se na pessoa.



Se você desejar, ofereça ajuda, mas não insista. Se precisar de ajuda, ele(a) aceitará seu oferecimento e lhe dirá o que fazer. Se você forçar esta ajuda, isso pode às vezes até mesmo causar insegurança.



Não tenha receio de usar palavras como “caminhar” ou “correr”. Os portadores de deficiência também as usam.



Quando você e o portador de deficiência física quiserem sair juntos, preste atenção para eventuais barreiras arquitetônicas, ao escolherem um restaurante, uma casa, um teatro ou outro lugar que visitarem.



Se a conversa durar mais que alguns minutos, sente-se, se possível, de modo a ficar no mesmo nível do seu olhar. Para uma pessoa sentada não é confortável ficar olhando para cima durante um período relativamente longo.



Não estacione o seu automóvel em lugares reservados às pessoas portadoras de deficiência física. Tais lugares são reservados por necessidade e não por conveniência. O espaço reservado é mais largo que o usual, a fim de permitir que a cadeira de rodas fique ao lado de automóvel e o portador de deficiência física possas sair e sentar-se na cadeira, e vice-versa; além disso, o lugar reservado é próximo à entrada de prédios para facilitar o acesso dessas pessoas.



Ao ajudar um portador de deficiência física a descer uma rampa inclinada, ou degraus altos, é preferível usar a “marcha ré”, para evitar que, pela excessiva inclinação, a pessoa perca o equilíbrio e possa cair para frente.







USA MULETAS



Acompanhe o ritmo de sua marcha.



Tome cuidados necessários para que ele (a) não tropece.



Deixe as muletas sempre ao alcance de suas mãos.







É PORTADORA DE DEFICIÊNCIA VISUAL (PESSOA CEGA)



Ofereça sua ajuda sempre que um cego (a) parecer necessitar.



Mas não ajude sem que ele (a) concorde. Sempre pergunte antes de agir. Se você não souber em que e como ajudar, peça explicações de como fazê-lo.



Para guiar uma pessoa cega, ela deve segurar-lhe pelo braço, de preferência no cotovelo ou no ombro. Não a pegue pelo braço; além de perigoso, isso pode assustá-lo. À medida que encontrar degraus, meios fios e outros obstáculos, vá orientando-a. Em lugares muito estreitos para duas pessoas caminharem lado a lado, ponha seu braço para trás de modo que a pessoa cega possa lhe seguir. Ao sair de uma sala, informe-o; é desagradável para qualquer pessoa falar para o vazio. Não evite palavras como “cego”, “olhar” ou “ver”; os (as) cegos (as) também as usam.



Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível. Não se esqueça de indicar os obstáculos que existem no caminho que ela vai seguir. Como algumas pessoas cegas não tem memória visual, não se esqueça de indicar as distâncias em metros (por exemplo, “uns vinte metros para frente”). Mas se você não sabe corretamente como direcionar uma pessoa cega, diga algo como eu gostaria de lhe ajudar, mas como é que devo descrever as coisas?” Ele (a) lhe dirá.



Ao guiar um (a) cego (a) para uma cadeira, guie a sua mão para o encosto da cadeira, e informe se a cadeira tem braços ou não. Num restaurante, é de boa educação que você leia o cardápio e os preços.



Uma pessoa cega é como você, só que não enxerga; trate-a com o mesmo respeito que você trata uma pessoa que enxerga.



Quando você tiver em contato social ou trabalhando com pessoas portadoras de deficiência visual, não pense que a cegueira possa vir a ser problema e, por isso, nunca as exclua de participar plenamente, nem procure minimizar tal participação. Deixe que decidam como participar. Proporcione à pessoa cega a chance de ter sucesso ou de falhar, tal como qualquer outra pessoa.



Quando são pessoas com visão subnormal (alguém com sérias dificuldades visuais), proceda com o mesmo respeito, perguntando-lhe se precisa de ajuda, quando notar que ela está em dificuldade.







É PORTADORA DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA (PESSOA SURDA)



Fale claramente, distinguindo palavra por palavra, mas não exagere. Fale com velocidade normal, salvo quando lhe for pedido para falar mais devagar.



Cuide para que o (a) surdo (a) enxergue sua boca. A leitura dos lábios fica impossível se você gesticula, segura alguma coisa na frente dos seus próprios lábios, ou fica contra luz.



Fale com o tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para levantar a voz. Gritar nunca adianta.



Seja expressivo. Como os surdos não podem ouvir as mudanças sutis do tom de voz indicando sarcarmos ou seriedade, a maioria deles (as) “lerão” suas expressões faciais, seus gestos ou os movimentos de seu corpo para entender o que você quer comunicar.



Se você quer falar a uma pessoa surda, chame a atenção dela, seja sinalizando com a mão ou tocando no seu braço. Enquanto estiverem conversando, mantenha contato visual; se você olhar para outro lado enquanto está conversando, o (a) surdo (a) pode pensar que a conversa terminou.



Se você tiver dificuldades para entender o que uma pessoa surda está falando, sinta-se à vontade para pedir que ela repita o que falou. Se você ainda não entender, peça-lhe para escrever. O que interessa é comunicar-se com a pessoa surda. O método não é o que importa.



Se o (a) surdo (a) está acompanhado (a) por um intérprete, fale diretamente á pessoa surda, não ao intérprete.



Ao planejar um encontro, lembre-se que os avisos visuais são úteis aos participantes surdos. Se está previsto um filme, providencie um “script” por escrito, ou um resumo do conteúdo do filme, se não tiver legenda.







TEM PARALISIA CEREBRAL



A pessoa com paralisia cerebral anda com dificuldade ou não anda, pode ter problemas de fala. Seus movimentos podem ser estranhos ou descontrolados.

Pode involuntariamente apresentar gestos faciais incomuns, sob a forma de caretas. Geralmente, porém, trata-se de uma pessoa inteligente e sempre muito sensível – ela conhece e compreende a sua limitação.



Para ajuda-la, não a trate bruscamente. Adapte-se ao seu ritmo. Se não compreender o que ela diz, peça-lhe que repita: ELA O COMPREENDERÁ. Não se deixe impressionar pelo seu aspecto. Aja de forma natural… sorria… é uma pessoa igual a você.







É PORTADORA DE DEFICIÊNCIA MENTAL



Cumprimente a pessoa com deficiência mental de maneira normal e respeitosa, não se esquecendo de fazer o mesmo ao se despedir. As pessoas com deficiência mental são, em geral, bem dispostas, carinhosas e gostam de se comunicar.



Dê-lhes atenção, dirigindo-lhes palavras como: “que bom que você veio”, “gostamos quando você vem nos visitar”, tentando manter a conversa até onde for possível.



Seja natural. Evite a superproteção. A pessoa com deficiência mental deve fazer sozinha, tudo o que puder; ajude-a quando realmente for necessário.



Lembre-se: deficiência mental pode se conseqüência de uma doença, mas não é uma doença; é uma “condição de ser”. Nunca use a expressão “doentinho(a)” ou “bobinho(a)” quando se dirigir a uma pessoa com deficiência mental.



Não se esqueça: deficiência mental não é doença mental.



Uma pessoa portadora de deficiência mental é, em primeiro lugar, uma pessoa. Enquanto for criança, trate-a como criança. Quando for adolescente ou adulto, trate-a como tal.

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