Educação Inclusiva: O pilar da cidadania



Publicado em 08/08/2002



Durante muitos anos o conceito de Educação Especial teve uma forte aceitação em nosso país. Era um modelo educacional-médico. Ou seja, instituições que mantinham equipes multidisciplinar, formada por professores especializados, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais menos comuns. Essa equipe tinha como meta, habilitar as pessoas que nasciam com algum tipo de deficiência, ou reabilitar aquelas que, ao longo de sua vida, viesse adquire alguma deficiência, seja por meio de doenças, acidentes, dentre outros. Eram os profissionais que preparam os deficientes para depois integrá-los na sociedade. E com muitos resultados positivos.



Hoje, alguns mais radicais, esquecendo-se de tais resultados positivos, chegam a dizer que por trás da chamada Educação Especial, e dos altos custos para mantê-la, embora não fosse a intenção de muitos, que o método estava realmente promovendo a discriminação ao isolarmos tais alunos dos demais. Sem se falar ainda, dos muitos mantidos em instituições somente para eles, sem qualquer contato social.






Não nos cabe aqui apontar os benefícios ou erros da Educação Especial. Mas fato concreto é que nas últimas duas décadas esse quadro começou a mudar, pois passou-se a perceber que grande parte dos alunos portadores de deficiência não precisavam necessariamente desse tipo de educação, podendo estarem perfeitamente em escolas de ensino comum. A partir daí a passou-se a buscar alternativas para que isso acontecesse…



Até que recentemente, surgiu o conceito da Educação Inclusiva. Sua proposta têm duas definições básicas internacionais: “Educação inclusiva significa provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que recebam serviços educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em classes adequadas à idade em escolas da vizinhança, a fim de prepara-los para uma vida produtiva como membros plenos da sociedade.” Ou ainda: “Educação inclusiva é uma atitude de aceitação das diferenças, não uma simples colocação em sala de aula.”



É comum se dizer que a Educação é o processo formador de libertador do ser humano. Mas no caso de uma pessoa portadora de deficiência, acreditamos que isso é fundamental e até mais importante se o seu processo educador ocorrer nas escolas regulares de ensino. Isso porque, ao mesmo tempo em que se está adquirindo o conhecimento, estará ocorrendo o processo de inclusão de maneira natural, onde as pessoas com ou sem deficiências aprenderão a conviver umas com as outras sem qualquer restrição ou medo. Além do que, a pessoa portadora de deficiência, quanto mais estudada, mais consciência terá de si e do mundo que o cerca. E a partir do conhecimento a conquista de sua cidadania estará em suas próprias mãos!!!



Muitas iniciativas estão sendo adotadas no Brasil, visando a implantação da Educação Inclusiva. E muitos resultados positivos e animadores já estão sendo conseguidos. Mas ao contrário do que possa parecer, incluir o aluno portador de deficiência, não significa apenas colocá-lo em uma classe de uma escola de ensino regular e pronto! Será necessário todo o preparo dos professores e certas adaptações antes. Isso é o que veremos nos dois próximos  artigos.

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