Publicado em 22/08/2002
Nos dois últimos artigos, falamos sobre alguns aspectos que envolvem a escola inclusiva. Acreditamos que já temos uma visão geral sobre o assunto, pois se o mesmo fosse apresentado em detalhes, iria tornar uma discussão longa, o que tomaria muitas colunas. Mas, em vez de sermos técnicos – o que também não é a intenção desta coluna, mas sim ser algo informativo e introdutório às questões de inclusão social -, hoje vamos mostrar dois pontos importantes.
Primeiro, quais os benefícios da educação inclusiva para todos os estudantes, segundo o Programa da ONU em Deficiências Severas, publicado em 1994:
Para os estudantes com deficiência:
Desenvolvem a apreciação pela diversidade individual;
Adquirem experiência direta com a variação natural das capacidades humanas;
Demonstram crescente responsabilidade e melhorada aprendizagem através do ensino entre os alunos;
Estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificadas:
Freqüentemente experimentam apoio acadêmico adicional da parte do pessoal da educação especial;
Podem participar como aprendizes sob condições instrucionais diversificadas (aprendizado cooperativo, uso de tecnologia baseada em centros de aprendizagem, etc.)
Para os estudantes sem deficiência:
Têm acesso a uma gama mais ampla de modelos de papel social, atividades de aprendizagem e redes sociais;
Desenvolvem, em escala crescente, o conforto, a confiança e a compreensão da diversidade individual deles e de outras pessoas;
Demonstram crescente responsabilidade e crescente aprendizagem através do ensino entre os alunos;
Estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificadas;
Recebem apoio instrucional adicional da parte do pessoal da educação comum;
Beneficiam-se da aprendizagem sob condições instrucionais diversificadas.
Em segundo lugar, não podemos esquecer também que, na vida de qualquer ser humano, sua formação escolar é a preparação para uma vida profissional. E para os portadores de deficiência também não é diferente. A escola inclusiva tem muito a colaborar com o futuro desses alunos. Segundo um trecho da famosa Declaração de Salamanca, “os jovens com necessidades educacionais especiais devem receber ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para a vida adulta produtiva. As escolas devem ajudá-los a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que respondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. (…)Estas atividades devem ser executadas com a participação ativa de conselheiros profissionais, agências de colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessadas”.
Mas como está o trabalho inclusivo e como as empresas brasileiras estão abrindo as suas portas para os profissionais portadores de deficiência? É o que contaremos nos próximos artigos.
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