Quais os termos corretos



Publicado em 03/02/2003



Sem dúvidas, os termos e expressões usados livremente e sem maior cuidado, refletem a postura social relação ao tema. Fixado nisso, a ONU adotou a nomenclatura PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA. Segundo “Mídia e Deficiência: Manual de Estilo” – publicação do Centro de Vida Independente(CVI) do Rio de Janeiro -, “ela caracteriza que a deficiência ESTÁ NA PESSOA, mas não é A PESSOA. A abordagem que reduz a pessoa à sua deficiência gera e reforça o preconceito“. Embora este termo pode ser utilizado de maneira geral para todos que portam algum tipo de deficiência, o manual citado, preocupou-se em explicar uma a uma, as principais áreas, usando como base o documento “Partrayting People wtth Disabilttes”, da Nattional Easter Seal Society, Chícago, E.U.A., as quais transcrevemos no quadro a seguir:



 DEFICIÊNCIA SENSORIAL: se divide em VISUAL e AUDITIVA.



DEFICIÊNCIA VISUAL:  se refere a uma perda total (use CEGUEIRA) ou parcial da visão.



DEFICIÊNCIA AUDITIVA: se refere a uma perda total (use SURDEZ) ou parcial da audição.



DEFICIÊNCIA DA FALA: se refere a um padrão de fala limitada ou dificultosa.



Obs: os termos “mudo” e “surdo-mudo” são incorretos pois geralmente a dificuldade de fala, no caso dos SURDOS, é uma conseqüência da falta de audição.






DEFICIÊNCIA MENTAL: se refere a um padrão intelectual reduzido, consideravelmente abaixo da média normal.



Obs: Expressões tais como “retardado mental”, “débil mental”, “mongolóide”, entre outras de mesmo conteúdo pejorativo, não são admitidas.



DEFICIÊNCIA FÍSICA: se refere à perda ou redução da capacidade motora. Um procedimento comum. Embora equivocado, é referir-se às pessoas portadoras de deficiência em geral como “deficientes físicos”, desconsiderando-se as áreas sensoriais e mental. A DEFICIÊNCIA FÍSICA engloba vários tipos de limitação motora. Os principais são os seguintes:



PARAPLEGIA: paralisia total ou parcial da metade inferior do corpo, comprometendo as funções das pernas. Geralmente causada por lesão de medula espinhal ou seqüela de poliomelite.



TETRAPLEGIA: paralisia total ou parcial do corpo, comprometendo as funções doa braços e pernas, possuindo as mesmas causas da PARAPLEGIA.



HEMIPLEGIA: paralisia total ou parcial das funções de um lado do corpo, como conseqüência de lesões cerebrais causadas por enfermidade, gole ou trauma.



AMPUTAÇÃO: falta total ou parcial de um ou mais membros do corpo.



PARALISIA CEREBRAL: termo amplo para designar um grupo de limitações psicomotoras resultantes de uma lesão do sistema nervoso central. Geralmente os PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL. Possuem movimentos involuntários, espasmos musculares repentinos, chamados ESPASTICIDADE, que é também verificada em outros tipos de deficiência, em menor intensidade.



Obs: Ao utilizar a terminologia, atente para o fato de os músculos, e não “a pessoa”, espásticos.



A PARALISIA CEREBRAL oferece diferentes níveis de comprometimento, dependendo da área da lesão cerebral. É impróprio considerar que uma pessoa com paralisia cerebral possui também deficiência mental. Embora haja casos regulares, ambas as deficiências não acontecem necessariamente ao mesmo tempo.





PALAVRAS E EXPRESSÕES COM CONOTAÇÕES DIFERENTES



Há nesta área algumas palavras e expressões que, embora pareçam ter a mesma expressão, elas contam com significados diferentes. Motivo pelo qual, achamos necessário explicá-las aqui, para que elas tenham o seu emprego da forma correta nos textos e abordagem em conversas:



Integração social: Essa expressão vem sendo muito usada no meio durante décadas. Ela significa preparar habilitar/reabilitar o portador do portador de deficiência para uma integração no convívio e atividades de suas comunidades, como em escolas do ensino regular, ambiente de trabalho, lazer, esporte…  Essa é uma tarefa realizada basicamente pelos seus familiares, juntamente com  os profissionais da área, que ao mesmo tempo que têm como tarefas prepará-los, trabalham com o projetos e convivência social, conscientizando a sociedade para que os aceitem em suas simples atividades do  dia-a-dia, como por exemplo: “Através do projeto Conviver da Entidade para Portadores de Necessidades Especiais, seus alunos estiveram ontem a tarde no zoológico municipal, juntamente com grupos de alunos de algumas escolas estaduais. Todos se misturaram em turmas para a tradicional visita aos animais, brincadeiras, conversas, gincanas, encerrando o passeio com um lanche coletivo”.



Inclusão social: Já essa expressão pode até parecer significar a mesma coisa que a primeira, mas não. Ela foi criada para representar algo que está ocorrendo de forma positiva nos últimos anos. Ou seja, a própria sociedade começou a se mobilizar e criar meios para ela mesma incluir os portadores de deficiência em suas atividades, como por exemplos: “Por própria iniciativa, a escola estadual de nosso bairro construiu duas classes especiais para portadores de deficiências mentais, que durante os recreios estão convivendo e se interagindo de maneira natural com os demais alunos”.



Outras duas palavras que podem oferecer dúvidas, são habilitar e reabilitar. Mas a diferença é simples. A primeira deverá ser usada quando alguém nasce ou adquiri uma deficiência nos primeiros momentos da vida: ela terá que receber um tratamento ou treinamento, as vezes com algumas adaptações, para mesmo com sua limitação poder fazer as coisas comuns que todos fazem e ter uma educação adequada com sua capacidade. Já a reabilitação, ocorre quando uma pessoa adquiri a deficiência ao decorrer de sua vida, como por exemplo, em acidentes automobilísticos. Essa pessoa terá um tratamento, treinamento e adaptações para poder voltar a fazer, de acordo com a sua nova realidade, as coisas que faziam antes; algumas vezes parecerá ela terá que esquecer o que aprendeu até ali para começar aprender tudo outra vez. Por isso, a reabilitação implica, dentre outros aspectos, trabalhar tanto a parte física, como psicológica e social da pessoa.



E por fim, vamos conhecer a diferença das expressões “associação para portadores de deficiência” e “associação de portadores deficiência”. A diferença também é simples; a primeira refere-se a entidades e instituições criadas por pessoas e profissionais para oferecer tratamentos e educação especializa àqueles que dela necessitam. Já a segunda, refere-se às organizações criadas e derivadas pelos próprios portadores de deficiência, visando, entre outras coisas, lutarem pelos seus direitos e oferecer melhores condições de vida para a classe que representa, como por exemplo, os “Centros de Vida Independente”.

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