Reflexões sobre a convivência plena



Pulicado em 05/09/2002



Vivemos em um mundo praticamente “moldado”, que quase nunca aceita o que sai fora do convencional. Assim, geralmente, associa-se a imagem de uma pessoa portadora de deficiência como um ser “totalmente diferente”, “estranho” ou até mesmo “alvo de gozação”. É normal muitos referir-se a eles – ou os próprios deficientes sentir-se – como seres “rejeitados”. Mas prefiro não focá-los desta forma, apontando-os como seres “desconhecidos”. O que falta na realidade, é um processo de convivência para que ambos – sociedade e portadores de deficiência – se conheçam. Nasce aqui, a verdadeira importância de uma boa inclusão social. Mesmo portadoras de algum tipo de limitação, essas pessoas devem participar do processo de integração, no seu sentido mais amplo, tendo acesso a oportunidades e condições adequadas ao desenvolvimento de suas potencialidades.



É importante também, que os portadores de deficiências não se autolimitem e lembrando-se sempre que não são doentes, mas apenas pessoas com algumas limitações, e que mesmo com elas, ou apesar delas, podem conviver na sociedade, desde que haja adaptação necessária à essa convivência. Não podem ficar a mercê dos acontecimentos, precisam fazer com que as coisas aconteçam. Ao longo dos anos, muitos de seus direitos foram reconhecidos pelos poderes governamentais e pela sociedade em geral. É preciso agora, que os envolvidos – principalmente os portadores de deficiência – usem a força de suas vozes para reivindica-los e lutem por sonhos e desejos, não esquecendo jamais do que são capazes.






Na própria história mundial, há nomes que provaram ao mundo que a eficiência humana é muito maior do que qualquer deficiência física. Podemos citar exemplos como o compositor Beethoven, o físico Stephen Hawking, o escultor Aleijadinho, o músico Ray Charles, o escritor Jorge Luiz Borges, o político Franklin Roosevelt e o cantor Steve Wonder, dentre outros. E não indo muito longe, como prova do que os portadores de deficiência estão cada vez mais participando integralmente da vida social, na abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona(1992), a Pira Olímpica foi acendida por uma arqueiro portador de deficiência física. Ele mesmo, logo após, em uma entrevista, declarou ter tido nesse ato, o objetivo de acender também, a vontade de viver em outros portadores de deficiência, pois para ele “tudo é possível quando se tem vontade de lutar”.



A sociedade também tem um sério papel e cumprir nesse processo de inclusão. Não quero afirmar com isso, que as pessoas sejam obrigadas a aceitar os portadores de deficiência como uma imposição. Mas, pelo menos, que devem tentar conhecer o que é ser uma pessoa deficiente, seja qual for sua deficiência. Em todo o Brasil, temos muitas entidades que vem desenvolvendo importantes trabalhos na área de atendimento e reabilitação. Elas estão sempre abertas à visitação. Reserve um dia e visite uma delas para poder tomar contato com a realidade dessas pessoas. Saibam porém, de antemão, que você não encontrará aquele clima de tristeza ou terror que foram repassados durante muito tempo para a sociedade por falsos “mitos”. Encontrará sim, um clima de muita alegria, expectativa, sérios e importantes trabalhos de reabilitação sendo realizados e, acima de tudo, muito sorrisos amigáveis.



Outra forma de conhecimento, é termos e mantermos portadores de deficiência em nosso círculo de amizades. Tratando – o com tratamos os demais, descobriremos inúmeras qualidades e potencialidades, com isso desaparecerão as diferenças provocadas pelas limitações, pois você aprenderá a respeitá-las. Será um mundo completando o outro. Assim a inclusão e a aceitação ocorreram naturalmente. Concordo no entanto, que esta área onde as coisas acontecem de uma maneira muito lenta, mas ao mesmo tempo, temos que reconhecer que nos últimos tempos, já atingimos um certo grau de evolução. A própria imprensa vem a cada dia cedendo mais espaço para o tema, fazendo assim com que ocorra uma desmistificação o fenômeno. No campo políticos, embora poucos saibam, existem inúmeras leis que beneficiam os portadores de deficiências, lei essas que determinam providências ao sentido de adaptar as cidades e locais públicos com os objetivos de facilitar a integração dessas pessoas. É preciso que todo os interessados conheçam seus direitos e unam suas forcas para coloca-los em prática. Tudo depende de cada um e da união coletiva, e, sobretudo, que a sociedade respeite e ajude na concretização dessa INCLUSÃO SOCIAL para que ocorra enfim, a CONVIVÊNCIA PLENA.


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