Seminário De CVI Reúne Mais De 400 Pessoas Em Maringá



NOTA: Emílio Figueira foi um dos participantes desse Seminário, falando sobre “Deficiência e Comunicação Social”!



Para sensibilizar a sociedade sobre os mais variados aspectos da questão da pessoa portadora de deficiência, foi realizado na cidade de Maringá, Estado do Paraná, o Seminário “O PORTADOR DE DEFICIÊNCIA E A SOCIEDADE: PASSADO, PRESENTE E FUTURO”. Organizado para comemorar o primeiro aniversário de existência do CENTRO DE VIDA INDEPENDENTE DE MARINGÁ (CVI-MGÁ), o evento reuniu, entre portadores e não-portadores de deficiência, mais de 400 pessoas nos dias 7 e 8 de novembro.



Após a Abertura Solene, os trabalhos prosseguiram com a palestra magna “O Que é Vida Independente”, proferida por Romeu Kazumi Sassaki, 57, consultor de reabilitação e assessor técnico do PRODEF – Programa de Atendimento aos Portadores de Deficiência, da Secretaria da Família e Bem-Estar Social da Prefeitura de São Paulo. Contando com os seus mais de 35 anos na área, Sassaki cativou a todos os presentes.



Escolhidos graças a seus conhecimentos profissionais e experiências pessoais, outros 16 palestrantes abordaram os seguintes temas: “A Família no Processo de Reabilitação/Habilitação da Pessoa Portadora de Deficiência”; “A Pessoa Portadora de Deficiência Frente à Sua Sexualidade: Mitos X Realidade”; “O Trabalho e o Portador de Deficiência” e “O Papel da Escola na Reabilitação/Habilitação da Pessoa Portadora de Deficiência”. A palestra magna de encerramento ficou a cargo de Alexandre Carvalho Baroni, 27, engenheiro químico, professor de física e química e presidente-fundador do CVI-MGÁ.






O Seminário contou ainda com um programa extra: A Primeira Mostra de Trabalho das Entidades de Maringá, o lançamento de “Andanças de um Aprendiz” (segundo livro do escritor Ricardo Lucena Júnior) e o grande final com o II Show de Talentos Especiais de Maringá. Participaram do Show as seguintes entidades: AFIM – Associação de Apoio ao Fissurado Lábio-Palatal, ASUMAR – Associação dos Surdos de Maringá, ADEVIMAR – Associação dos Deficientes Visuais de Maringá, ANPACIN – Associação Norte-Paranaense de Áudio- Comunicação Infantil, APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Maringá, CMADV – Centro Municipal de Atendimento aos Deficientes Visuais, CESL – Centro Educacional São Leopoldo, ANPR – Associação Norte-Paranaense de Reabilitação, CES – Centro de Estudos Supletivos de Maringá, AMA – Associação Maringaense dos Autistas, CRE – Clínica de Reabilitação Educacional N° 1, Colégio Estadual Rodrigues Alves, ASSAMA – Associação dos Amputados de Maringá, além das participações especiais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Mandaguaçú e do Instituto Londrinense de Educação para Surdos.



“Nós alcançamos o objetivo que buscamos neste Seminário. Foi demonstrado para toda a Maringá e região o que é o CVI-MGÁ, o que ele faz e pode fazer. Então, eu não posso dizer nada mais do que: Valeu a pena!” – destaca Baroni. “A organização de um seminário, ou qualquer outro evento que seja, demanda tempo, paciência e equipe. Começamos com poucas pessoas, mas depois apareceram muitas, que se somaram a nós para o bom desempenho do evento. Foi uma equipe grande, porque a filosofia do CVI não obriga que participem só pessoas ligadas a ele. Dessa forma, muitas das pessoas que colaboraram no Seminário são ligadas a outras entidades e acreditam na proposta do CVIB – acrescenta.



PROFISSIONAIS AVALIAM



O Seminário surpreendeu a todos em termos de qualidade e participação. Sandra R. Fílatro, 25, psicóloga e coordenadora do Centro de Vida Independente de Santos (CVI-Santos), declara que “foi excelente. A gente conseguiu abordar todos os temas. Falamos de todos os tipos de deficiência. Deu para perceber que, a princípio, o interesse do público era mais pelo lado da deficiência mental, como a síndrome de Down, por exemplo. Mas no momento em que foi conhecendo outros tipos de deficiência, o pessoal começou a esclarecer dúvidas, fazer perguntas e tudo aconteceu normalmente”.



Flávia Campillo, 22, presidente do CVI-Santos, também ficou feliz com os resultados alcançados – “Achei o Seminário bárbaro. As pessoas têm poucas oportunidades de obter informações adequadas. Às vezes, os próprios profissionais não estão preparados para isso. Assim, atingímos o objetivo de informar tanto os portadores de deficiência como os profissionais da área. Chego cada vez mais à conclusão de que grande parte dos problemas que temos é fruto da desinformação. O que demonstrou isso foram as perguntas feitas pelo público. Percebemos que certas perguntas, cujas respostas são óbvias para nós, refletem as dúvidas que ainda existem para muitas pessoas”.



E Sassaki faz uma análise otimista: “Foi importante; conceitos novos; outros conceitos serviram para confirmar aquilo em que o povo acredita. Foi um evento que irá marcar época e ainda vai dar frutos. O Seminário para mim não terminou hoje, porque as pessoas que participaram têm condições de multiplicar as informações recebidas. Foi um número impressionante, surpreendente, sendo gratificante ver todo aquele pessoal. Superou todas as expectativas*.



A CIDADE E O CVI DE MARINGA



“A cidade é muito moderna, muito limpa, bastante agradável e que nos dá vontade de voltar para curtir um pouco mais” – este foi o comentário de um outro participante ao se referir à Maringá, cidade planejada, onde o verde está em harmonia com o concreto e o progresso. Cresceu sob o domínio do café, diversificou sua produção agrícola e hoje tem nela uma economia forte, sendo um dos maiores centros produtores de grãos do País. Localizada ao norte do Estado do Paraná, ela possui dentre outras atrações o monumento mais alto da América do Sul – a Catedral de 124 metros de altura, na qual foi inspirado o logotipo do CVI-MGÁ. A Universidade Estadua! de Maringá, com 26 cursos, tem alunos provenientes dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.



Maringá possui uma área verde invejável – aproximadamente 300 hectares, ou seja, cerca de 14 metros quadrados de verde para cada um dos seus 300 mii habitantes. Tudo está distribuído pela cidade em mais de 80 praças, ruas e avenidas e em cinco parques que são um tesouro para os maringaenses e seus visitantes. Por todos os aspectos citados e outros também, Maringá é uma cidade que proporciona uma boa qualidade de vida e, por sua economia forte e localização estratégica, se destaca entre as principais cidades do sul do País.



E foi confirmando a sua fama de cidade hospitaleira que Maringá recebeu tão bem o seu CENTRO DE VIDA INDEPENDENTE. Alexandre Baroni salienta que “todos os objetivos que nós traçamos neste primeiro ano foram alcançados, com exceção daqueles que não dependeram só do pessoal do CVI. E esses estão para ser alcançados. A gente ganhou muito em termos de experiência e trabalho. Então valeu a pena”.



Com sua infra-estrutura de primeiro mundo, Maringá demonstra, pela sua aparência arquitetônica e pela atenção e educação de seu povo e pelo interesse do público que compareceu ao Seminário, ter tudo para resolver e promover a inclusão dos portadores de deficiência em seu contexto e a atividades diárias. Baseado nisso, Baroni conclui: “Estou bastante otimista, porque estamos fazendo um trabalho que realmente precisa ser feito e que no futuro, certamente, vai acontecer”.

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