Os Alunos Com Deficiências Intelectuais E Síndrome De Down No Contexto Da Educação Inclusiva: Seus Desafios E Adaptações


Instituída pela Lei 13.585 de 26 de dezembro de 2017, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, é comemorada sempre entre os dias 21 a 28 de agosto. Durante esses dias, a Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), abre debates para a reflexão da igualdade e inclusão social. Principalmente em ambientes escolares. E talvez esta seja a primeira questão: O que é Educação Inclusiva?

Historicamente, pessoas com deficiência ficaram por muito tempo escondidas do convívio social até que, algumas décadas atrás, nasceu o conceito de integração social. Surgiram, por exemplo, entidades, clubes sociais especiais, associações desportivas e centros de reabilitação dedicados à elas. A intenção principal da integração social era preparar essas pessoas para ingressarem e conviverem em sociedade como todos nós.

No ano de 1994, surgiu a “Declaração de Salamanca – Princípios, Políticas e Práticas em Educação Especial”, proclamada na Conferência Mundial de Educação Especial sobre Necessidades Educacionais Especiais. Esse documento reafirmou o compromisso para com a “Educação para Todos”, reconhecendo a necessidade de providenciar educação para pessoas com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.

Assim, um novo conceito ganhou força: a inclusão escolar e social. Antes, essas pessoas eram habilitadas ou reabilitadas para fazer todas as coisas que as demais por meio da integração social e passavam a conviver conosco em sociedade. Agora, na inclusão escolar e social, as iniciativas são nossas. Somos nós que estamos nos preparando, criando caminhos e permitindo que elas venham conviver conosco. Por este motivo, cada vez mais vemos crianças e pessoas com deficiência em nossas escolas, nos espaços de lazeres e em todos os lugares da vida diária. Devemos estar preparados para essa convivência, aceitando as diferenças e a individualidade de cada pessoa.

O aluno com deficiência intelectual, como qualquer outro aluno, precisa desenvolver a sua criatividade, a capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo. O nosso maior engano é generalizar a capacidade intelectual das pessoas com deficiência em níveis sempre muito baixos, carregados de preconceitos sobre a possibilidade que esses alunos têm de progredir na escola, acompanhando os colegas. Desse engano derivam todas as ações educativas que desconsideram o fato de que cada pessoa é uma pessoa, que tem antecedentes de formação, experiências de vida e que sempre é capaz de apreender e de exprimir um conhecimento.

Mesmo com dificuldades e lentidão no desenvolvimento dos alunos com deficiências intelectuais, estudos demonstram que o intelecto reage satisfatoriamente a solicitações adequadas de estímulos. Esses alunos têm, como os demais, dificuldades e potencialidades. O trabalho pedagógico com estas pessoas consiste em reforçar e fortalecer o desenvolvimento de suas potencialidades, proporcionando os apoios necessários e suas dificuldades. 

Uma escola comum sempre teve como função principal a produção do conhecimento. Mas a inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual traz um desafio à escola, traçado pelo desafio particular de lidar com o saber, distante do padrão considerado ideal pela comunidade escolar, sendo essas as adaptações curriculares para alunos com deficiências intelectuais:

ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas etc.;

desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia.

Pedagogicamente, uma vez na qual a criança com Síndrome de Down apresenta déficit intelectual que se evidencia na dificuldade de lidar com o raciocino abstrato, seu atendimento educacional deve ser semelhante ao das crianças com Deficiência Intelectual, respeitando-se as diferenças individuais. A criança com deficiência mental, neste caso, também as crianças com Síndrome de Down, devem ser expostas o mais precocemente possível a um ambiente educacional que favoreça as suas potencialidades.

Desta forma, os professores devem estar atentos às necessidades educacionais especiais de seus alunos, adequado as atividades. Esse atendimento educacional deve ser semelhante ao das crianças com Deficiência Intelectual, respeitando-se as diferenças individuais, mas expondo o mais precocemente possível a um ambiente educacional que favoreça as suas potencialidades.

Os professores permanecerão atentos às necessidades educacionais especiais de seus alunos, adequando as atividades curriculares ao desenvolvimento individual. A ação pedagógica deve ser flexibilizada em diferentes áreas do conhecimento, avaliando-se continuamente a eficácia do processo educativo, devendo os docentes atuar em equipe, buscando auxílio de professores especializados em Educação Inclusiva.

O uso de dinâmicas de grupo deve ser considerado como uma valiosa ferramenta para interação e desenvolvimento do aluno com síndrome de Down, pois, estas dinâmicas auxiliam no desenvolvimento emocional e das relações entre os alunos, possibilitando a inclusão desses alunos na classe regular. Veja algumas sugestões práticas de como proceder para promover a educação inclusiva de pessoas com Deficiência Intelectual ou Síndrome de Down:

Ofereça um ambiente emocionalmente acolhedor para todos os alunos.

Proporcione o desenvolvimento de habilidades adaptativas: sócias, de comunicação interpessoal.

Estimule a atenção dos alunos para as atividades escolares

Incentive o desenvolvimento de habilidades de cuidado pessoal e autonomia, ensinando-lhe a pedir informações que necessita, a solicitar ajuda etc.

 Para o desenvolvimento integral dos alunos com síndrome de Down, é necessário que eles convivam em ambientes favoráveis. Espaços acolhedores, estimulantes e desafiantes, adequado às suas necessidades, vão permitir que seu desenvolvimento venha em seu próprio tempo, sem nenhum tipo de pressão externa negativa, ajudando-os a superar os próprios limites.

Com relação à adaptação curricular para alunos com condutas típicas de síndromes e quadros clínico, o comportamento desses alunos não se manifesta por igual nem parece ter o mesmo significado e expressão nas diferentes etapas de suas vidas. Existem importantes diferenças entre as síndromes e quadros clínicos que caracterizam as condições individuais e apresentam efeitos mais ou menos limitantes. As seguintes sugestões favorecem o acesso ao currículo:

encorajar o estabelecimento de relações com o ambiente físico e social;

oportunizar e exercitar o desenvolvimento de suas competências;

estimular a atenção do aluno para as atividades escolares;

utilizar instruções e sinais claros, simples e contingentes com as atividades realizadas;

oferecer modelos adequados e corretos de aprendizagem (evitar alternativas do tipo “aprendizagem por ensaio e erro”);

favorecer o bem-estar emocional.

Em suma, adaptam-se as práticas escolares para que essas pessoas consigam desenvolver, ao máximo, suas capacidades, oferecendo-lhes um ambiente de aprendizagem que os ajude a abandonar a postura passiva de receptores de conhecimento, em um desenvolvimento de habilidades adaptativas, sociais, de comunicação, hábitos de cuidado pessoal e autonomia.

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