JOGAR COISAS FORA – Por Emílio Figueira

 

#pracegove – fundo cinza claro, um cesto cheio de papéis amassado como bolinha e uma mão jogando mais uma nele. Foto: Reprodução

Como todo mundo, eu tenho meus momentos de canseira, de estresse mental, de me perder em minhas ideias. Ficar indeciso em qual projeto seguir ou começar. E como vocês sabem, esses momentos são realmente cansativos por serem, ao mesmo tempo, geradores inconscientes de muita ansiedade.

A raça humana tem muita capacidade de se autoadaptar e encontrar saída para a situações mais inusitadas. Quando estou assim, começo a arrumar gavetas, abrir pasta por pasta, jogar papéis acumulados já sem utilidade. Limpar e organizar os livros da estante, separar os títulos que não me interessam mais para doá-los. Vou reorganizar pastas e arquivos no computador, deletar os que não me interessam mais.

Extrapolo os limites de meu escritório particular e vou reorganizar minha cômoda de roupas, separo as peças também para doação. Como sempre repassei às outras pessoas, objetos que não estão me servindo. Fico apenas com aquilo que realmente é útil para o meu dia a dia.

Ao longo do tempo fui me descobrindo como um minimalista. O minimalismo é a arte da simplicidade. Ter menos coisas e aproveitar a liberdade que isso nos proporciona. Penso que aprendendo a ser mais simples, seríamos mais felizes com aquilo que temos, sem o processo frenético de queremos ter cada vez mais, acumuladores conscientes ou mesmo inconscientes, alimentando egos com falsas ilusões da alegria de possuir. Sem fazer juízo de valores, o minimalismo vai contra a tendência geral da nossa sociedade ocidental consumista.

Voltando ao início da prosa, todas às vezes que faço essas arrumações físicas, são como fazer uma arrumação mental. Minha cabeça fica leve e ideias brotam, apontam-me novos rumos e projetos que realmente valem a pena seguir.

A única diferença entre elas é que as coisas materiais que não me têm mais serventia, eu repasso para quem precisa. As confusões mentais e ansiedades momentâneas que me incomodam, jogo simbolicamente fora. Ufa, que alívio!

Até mais vê!

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