#pracegove – fundo cinza claro, um cesto cheio de papéis amassado como bolinha e uma mão jogando mais uma nele. Foto: Reprodução |
Como todo mundo, eu tenho meus momentos de canseira, de
estresse mental, de me perder em minhas ideias. Ficar indeciso em qual projeto
seguir ou começar. E como vocês sabem, esses momentos são realmente cansativos
por serem, ao mesmo tempo, geradores inconscientes de muita ansiedade.
A raça humana tem muita capacidade de se autoadaptar e encontrar
saída para a situações mais inusitadas. Quando estou assim, começo a arrumar
gavetas, abrir pasta por pasta, jogar papéis acumulados já sem utilidade.
Limpar e organizar os livros da estante, separar os títulos que não me
interessam mais para doá-los. Vou reorganizar pastas e arquivos no computador,
deletar os que não me interessam mais.
Extrapolo os limites de meu escritório particular e vou
reorganizar minha cômoda de roupas, separo as peças também para doação. Como
sempre repassei às outras pessoas, objetos que não estão me servindo. Fico
apenas com aquilo que realmente é útil para o meu dia a dia.
Ao longo do tempo fui me descobrindo como um minimalista. O
minimalismo é a arte da simplicidade. Ter menos coisas e aproveitar a liberdade
que isso nos proporciona. Penso que aprendendo a ser mais simples, seríamos
mais felizes com aquilo que temos, sem o processo frenético de queremos ter
cada vez mais, acumuladores conscientes ou mesmo inconscientes, alimentando
egos com falsas ilusões da alegria de possuir. Sem fazer juízo de valores, o
minimalismo vai contra a tendência geral da nossa sociedade ocidental
consumista.
Voltando ao início da prosa, todas às vezes que faço essas
arrumações físicas, são como fazer uma arrumação mental. Minha cabeça fica leve
e ideias brotam, apontam-me novos rumos e projetos que realmente valem a pena
seguir.
A única diferença entre elas é que as coisas materiais que
não me têm mais serventia, eu repasso para quem precisa. As confusões mentais e
ansiedades momentâneas que me incomodam, jogo simbolicamente fora. Ufa, que
alívio!
Até mais vê!
Área
Crônicas 2020 à 2021