SAUDADES DAS FORMAÇÕES PEDAGÓGICAS – Por Emílio Figueira

#pracegover – Emílio Figueira de pé e de costas, diante de uma grande plateia de pessoas sentadas / Foto: Acervo pessoal

É fato que estamos vivendo um ano totalmente atípico. Esse isolamento social nos trousse uma nova realidade e a necessidade de adaptações. Mas também a oportunidade de pararmos um pouco, refletimos sobre nossas próprias vidas. E também várias recordações.

Uma dessas recordações que me veio, foi o grande número de palestras que fiz o ano passado em escolas, mas principalmente em Seminários, formações de professores e estagiários da Prefeitura de São Paulo. Este ano vários convites surgiram, só que a vida, o mundo pediu uma pausa...


Minhas palestras são bem interessantes. Começo sempre com um pequeno filme mostrando a minha trajetória. Depois projeto o conteúdo tendo um narrador para compensar minha dificuldade de dicção e por fim me dedico a responder as perguntas da plateia. E todos me compreendem.

Convidado para palestras, já viajei por todo o país, sempre falando em escolas, universidades, instituições, seminários e congressos para muitas plateias de professores, pedagogos, psicólogos, profissionais em geral, público diverso, famílias e pessoas com deficiência. E aqui está um dos meus maiores pontos de superação. Essas viagens são feitas sozinho. Enfrento rodoviárias, aeroportos, preciso me comunicar com pessoas que não me conhecem, fico sozinho em hotéis, preciso me virar, principalmente nas refeições. São como aventuras, sempre rumo ao desconhecido, sentindo-me tão livre e independente!

Em 2018, comecei a levar às palestras o meu documentário “Sementes de Minha Inclusão”, onde fui atrás dos personagens que foram as sementes de minha Inclusão Social e Escolar nos anos 1980, dando-lhe voz aos amigos de minha infância inclusiva e aos personagens de minha inclusão escolar em uma época que nem se quer sonhávamos com a Educação Inclusiva! Promovendo debates logo após as apresentações com estudantes, educadores, além de participar de várias formações de professores da Prefeitura Municipal de São Paulo. Para minha surpresa, mais de quarenta escolas e formações pedagógica me chamaram para exibi-lo no prazo de dois meses.

Já são quase trinta anos pesquisando, escrevendo, publicando, oferecendo cursos e palestras em vários meios sobre essas temáticas. Faço esse trabalho como se fosse um sacerdócio. A minha maior felicidade e recompensa é saber que já ajudei a formar mais de 22 mil professores no Brasil e exterior, sendo grande parte da região norte e nordeste. Essa minha missão realizada de maneira solitária daqui da minha mesa no meu quarto, na outra ponta está ajudando tantos e tantos alunos inclusivos.

Após tantas palestras pelo país e milhares de alunos em meus cursos, encontrei muita gente bacana, professores realmente comprometidos com a profissão, que amam o que fazem e vão a busca de crescerem, evoluírem cada vez mais. Só que, infelizmente, também encontro muita gente que só reclama, vitimizam-se por tudo, com uma mente ainda assistencialista, achando que só porque são professores, precisam ganhar tudo de mão beijada, que já fizeram muito em se formar em pedagogia.

Ao longo desse tempo fui percebendo que há duas visões. A visão tradicionalista do ensino, onde eles não veem como encaixar os alunos inclusivos nela e por isto declaram que não conseguem lidar com a inclusão. E existe a visão dos professores abertos as mudanças, ao novo e diante de alunos inclusivos, ou de qualquer outro, vão se informar, conviver, descobrir e buscar todas as potencialidades de corações abertos.

Graças a Deus que os bons e verdadeiros professores são a maioria!!!

Postar um comentário

Por favor, assine o nosso LIVRO DE VISITAS, escrevendo o que desejar neste espaço. Agradecemos de coração!

Postagem Anterior Próxima Postagem